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AtualizadoQua, 15 Maio 2024 8pm

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Daichii Sankyo

 

Medicina de precisão em estudos clínicos de fase I

Terapias_alvo_Net_OK.jpgUma meta-análise de 346 estudos clínicos de fase I envolvendo mais de 13 mil pacientes descobriu que pacientes que tiveram seu tratamento selecionado com base nas características moleculares do tumor tiveram resultados significativamente melhores em comparação com aqueles pacientes que não realizaram o mesmo critério de seleção. O estudo (abstr 11520) será apresentado na sessão de pôsteres do Congresso Anual da Sociedade Americana de Oncologia Clínica (ASCO), em Chicago, na segunda-feira, 6 de junho.

O estudo analisou dados de eficácia e segurança de 346 estudos de fase I (351 braços) publicados entre 2011 e 2013. A análise incluiu 58 braços de tratamento que utilizaram medicina de precisão - definida como a utilização de biomarcadores para selecionar pacientes para o tratamento - e 293 que não o fizeram. A taxa de resposta (n=51 braços; 13.203 pacientes), sobrevida livre de progressão (n=45 braços; 1.700 pacientes) e taxa de morte por toxicidade (n=351 braços, 13.203 pacientes) foram comparadas para os braços de tratamento que utilizaram uma estratégia personalizada versus aqueles que não o fizeram.
 
Os dados mostraram que nos braços de tratamento que empregam a medicina de precisão, as taxas de redução do tumor foram de 30,6%, em comparação com 4,9% naqueles que não utilizaram biomarcadores (P <0,0001). A sobrevida livre de progressão também foi maior nos pacientes dos braços de medicina de precisão em comparação com outros braços (mediana de 5,7 meses vs. 2,95 meses, respectivamente (p=0,0002)).
 
Os resultados foram semelhantes em uma subanálise que incluiu 57 ensaios de terapias-alvo para genes ou proteínas específicas encontradas em células cancerosas. Neste grupo, os braços de tratamento que utilizaram biomarcadores para atribuir os pacientes a tratamentos tiveram taxas de redução do tumor de 31,1%, em comparação com 5,1% para aqueles que não o fizeram (P <0,0001). Além disso, os pesquisadores descobriram que os pacientes com terapias baseadas em biomarcadores genômicos (DNA) apresentaram taxas mais elevadas de encolhimento do tumor (42%) em comparação com 22,4% em pacientes selecionados por biomarcadores de proteína (P = 0,001).
 
A mediana de mortalidade relacionada com o tratamento não foi estatisticamente diferente para os braços que empregaram uma estratégia personalizada versus não (1,89% vs 2,27%, P = 0,31).
 
Conclusões
 
A análise revelou que uma estratégia personalizada foi um preditor independente de melhores resultados (taxa de resposta e sobrevida livre de progressão). Além disso, estudos que utilizaram terapias alvo sem uma estratégia de seleção baseada em biomarcadores tiveram taxas de resposta não significativas.
 
De acordo com os autores, este é o primeiro estudo a mostrar que esses benefícios são observados mesmo na primeira fase de desenvolvimento clínico, o que reforça que os biomarcadores tumorais devem ser cada vez mais utilizados para selecionar pacientes para estudos clínicos de Fase I. “Os resultados sugerem que estudos de fase I, tradicionalmente focados em segurança, também podem fornecer informações importantes de eficácia e sobre quais pacientes podem ter maior benefício. Incorporar endpoints de sobrevida em ensaios de fase I pode ajudar a acelerar o desenvolvimento de novas terapias importantes”, afirmam.
 
"Esta estratégia oferece bons resultados para os pacientes, e espero que incentive médicos e pacientes a considerarem a inscrição em ensaios de fase I baseados em medicina de precisão", acrescentou a principal autora do estudo, Maria Schwaederle, do Centro de Terapia Personalizada de Câncer da Escola de Medicina San Diego, da Universidade da Califórnia. 
 
O trabalho recebeu financiamento e apoio do Joan and Irwin Jacobs Philanthropic Fund.

Referência: Impact of precision medicine in refractory malignancies: A meta-analysis of 13,203 patients in phase I clinical trials.- Abstract No: 11520 - Citation: J Clin Oncol 34, 2016 (suppl; abstr 11520)


 

 

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