A adição do inibidor de CDK4/6 ribociclib à terapia com letrozol melhora significativamente a sobrevida livre de progressão em mulheres na pós-menopausa com câncer de mama avançado receptor hormonal positivo (HR+). A primeira análise provisória dos dados do estudo MONALEESA2 demonstrou uma melhoria de 44% na sobrevida livre de progressão com a combinação no tratamento de primeira linha.
Os dados foram apresentados durante o congresso da Sociedade Europeia de Oncologia – ESMO 2016, e publicados simultaneamente no New England Journal of Medicine.
No MONALEESA2 (NCT01958021), um estudo duplo-cego, randomizado, de fase 3, mulheres na pós-menopausa (n=668) com câncer de mama avançado HR+, HER2-, sem tratamento sistêmico prévio para câncer de mama avançado foram randomizadas (1:1) para receber ribociclib (600 mg/dia a cada 3 semanas, com 1 semana de descanso) + letrozol (2,5 mg/dia, contínuo) ou placebo + letrozol. As características dos pacientes no baseline eram equilibradas entre os grupos de tratamento.
O endpoint primário foi a sobrevida livre de progressão. Os endpoints secundários incluíram a sobrevida global (SG), taxa de resposta global, taxa de benefício clínico, e segurança.
Resultados
O estudo atingiu o seu endpoint primário. No braço ribociclib houve uma melhora de 44% no objetivo primário de sobrevida livre de progressão em comparação com o grupo placebo (HR: 0,556, 95% CI: 0,429 - 0,720; p=0,00000329). A mediana de SLP não foi atingida no braço ribociclib (95% CI: 19,3 - não estimável) vs 14,7 meses no braço placebo (95% CI: 13,0 - 16,5).
Os pacientes com doença mensurável no início do estudo mostraram uma taxa de resposta global significativamente mais elevada para ribociclib mais letrozol em comparação com letrozol isolado (53% vs 37%, p=0,00028), e melhores taxas de benefício clínico (80% vs 72% p=0,02).
Eventos adversos de graus 3/4 (≥5% dos pacientes; ribociclib vs placebo) foram neutropenia (59% vs 1%), leucopenia (21% vs 1%), hipertensão (10% vs 11%), alanina aminotransferase elevada (9% vs 1%), linfopenia (7% vs 1%), e aspartato aminotransferase elevada (6% vs 1%). Os dados de sobrevida global não estavam maduros na data de cut-off.
"Esses resultados representam uma prova de princípio convincente e sugerem uma mudança de paradigma no câncer de mama metastático HR+. Eles também sugerem que testar combinações de ribociclib com outros inibidores de várias vias de sinalização pode levar a progressos adicionais na gestão de vários subtipos de câncer de mama ", disse Gabriel Hortobagyi, principal pesquisador do estudo e professor da Universidade do Texas MD Anderson Cancer Center, em Houston, Texas, EUA.
O estudo foi financiado pela Novartis Pharmaceuticals Corporation.
Referência: Abstract LBA1_PR - First-line ribociclib + letrozole for postmenopausal women with hormone receptor-positive (HR+), HER2-negative (HER2–), advanced breast cancer (ABC)