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AtualizadoQua, 15 Maio 2024 8pm

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Daichii Sankyo

 

2016

FALCON: fulvestranto no câncer de mama RH+

BALANCO_MAMA_bx.jpgOs resultados de um estudo apresentado dia 8 de outubro no Congresso Europeu de Oncologia (ESMO 2016) em Copenhague, Dinamarca, sugerem que  fulvestranto aumenta significativamente a sobrevida livre de progressão em mulheres com câncer de mama avançado receptor hormonal positivo, particularmente naquelas com doença menos agressiva e de menor volume.

O estudo de fase III FALCON (NCT01602380), randomizado, duplo-cego, multicêntrico, comparou fulvestranto com anastrozol em pacientes com câncer de mama localmente avançado ou metastático, irressecável, ER-positivo, HER2-negativo, que não tinham recebido terapia hormonal prévia.
 
Participaram do estudo 462 mulheres. Metade das pacientes (n=230) foi randomizada para injeções intramusculares de 500mg de fulvestranto (dias 0, 14, 28, e depois a cada 28 dias), ou 1mg de anastrozol diário (n=232). Também foi autorizada uma linha de quimioterapia.
 
O endpoint primário foi sobrevida livre de progressão (SLP), avaliada via RECIST 1.1, cirurgia/radioterapia para o agravamento da doença ou morte.

Os endpoints secundários incluíram sobrevida global (SG); taxa de resposta objetiva (resposta completa [CR] ou resposta parcial [PR]); duração da resposta (DoR); duração da resposta esperada (EDoR); taxa de benefício clínico (CBR; CR, PR, ou doença estável ≥24 semanas); duração do benefício clínico (DoCB); DoCB esperado (EDoCB); qualidade de vida relacionada à saúde (HRQoL); e segurança.
 
Resultados
 
O estudo atingiu seu endpoint primário. Após um acompanhamento médio de 25 meses, os pacientes tratados com fulvestranto apresentaram uma melhoria estatisticamente significativa de 21% na sobrevida livre de progressão em comparação com aqueles tratados com anastrozol (hazard ratio 0,797 [95% CI 0,637, 0,999]; p=0,0486; mediana de SLP 16,6 vs 13,8 meses, respectivamente).
 
Os desfechos secundários são apresentados na tabela (maturidade SG foi de 31% em um período de acompanhamento médio de 25,0 meses). O impacto do tratamento sobre HRQoL foi similar em ambos os grupos de tratamento. Os eventos adversos mais comuns foram artralgia (16,7% vs. 10,3%) e fogachos (11,4% vs. 10,3%) para fulvestranto e anastrozol, respectivamente.
 
A análise de subgrupo mostrou um impacto ainda maior na sobrevida livre de progressão em pacientes cuja doença não havia se espalhado para o fígado ou pulmões no início do estudo (22,3 versus 13,8 meses). Os pesquisadores também observaram uma duração da resposta ao tratamento significativamente maior no grupo de fulvestranto em comparação com o grupo de anastrozol, o que poderia explicar o aumento na sobrevida livre de progressão.
 
"Para pacientes com doença não-visceral cuja vida não está imediatamente ameaçada pelo câncer de mama - um grupo para o qual os médicos normalmente escolheriam terapia endócrina como uma primeira abordagem - parece que fulvestranto pode ser um novo padrão de tratamento em comparação com anastrozol", disse o principal investigador do estudo, Matthew Ellis, do Lester and Sue Smith Breast Center, Baylor College of Medicine em Houston, Texas, EUA.
 
"Em pacientes para os quais se procura uma abordagem de baixa toxicidade, como pacientes idosos ou com doença de baixo volume, o fulvestranto parece uma boa opção. É bem tolerado como anastrozol, e melhor do que outras drogas que poderiam potencialmente ser utilizadas nesta configuração, tais como quimioterapia ou inibidores de CDK4," acrescentou Ellis.
 
Para Nicholas Turner, líder da equipe do Instituto de Pesquisa do Câncer e oncologista no Royal Marsden, em Londres, Reino Unido, os resultados representam um avanço importante no tratamento da forma mais comum de câncer de mama e sugerem um potencial benefício para a utilização de fulvestranto mais cedo no tratamento da paciente. No entanto, o especialista observa que dois fatores complicam a transposição desta nova descoberta para a rotina da prática clínica. “Primeiro, o estudo incluiu apenas pacientes sem tratamento hormonal prévio, contudo muitas pacientes com câncer de mama avançado foram previamente tratadas para o câncer de mama inicial. O outro aspecto que deve ser considerado é que desde a concepção do desenho do estudo o padrão de cuidado para estas mulheres mudou, com o inibidor de CDK4/6 palbociclib agora licenciado nos EUA, em combinação com um inibidor de aromatase para o mesmo grupo de pacientes. Mais estudos vão ajudar a definir a sequência ideal do tratamento para as mulheres com câncer de mama avançado", conclui.
 
O estudo foi financiado pela AstraZeneca.
 
Referência: Abstract for LBA14_PR - FALCON: A phase III randomised trial of fulvestrant 500 mg vs. anastrozole for hormone receptor-positive advanced breast cancer

 
 

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