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AtualizadoQua, 15 Maio 2024 8pm

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Daichii Sankyo

 

2016

Novo inibidor de PARP mostra resultados no câncer de ovário

C__ncer_Ginecol__gico_NET_OK.jpgO inibidor de PARP niraparib mostrou benefícios no câncer de ovário recorrente sensível à platina, de acordo com resultados do estudo de fase III ENGOT-OV16/NOVA apresentados no ESMO 2016 e publicados no New England Journal of Medicine. O estudo alcançou o objetivo primário e demonstrou que  niraparib prolongou consideravelmente a sobrevida livre de progressão na comparação com placebo.

"Há opções limitadas de tratamento em câncer ovariano recorrente", disse o principal autor do estudo, o oncologista Mansoor Raza Mirza, chefe do Copenhagen University Hospital, na Dinamarca, e diretor médico da Sociedade Nórdica de Oncologia Ginecológica. "A toxicidade cumulativa da quimioterapia à base de platina limita o seu uso. As opções atuais para o tratamento de manutenção na União Europeia são bevacizumabe, que só pode ser administrado uma vez e melhora a sobrevida livre de progressão por alguns meses, e o inibidor de PARP olaparib, aprovado para pacientes com mutação BRCA da linhagem germinativa (cerca de 10-15% dos pacientes com câncer ovariano)”, esclareceu.

O ENGOT-OV16/NOVA é um estudo de fase III que avaliou a eficácia e segurança do inibidor de PARP niraparib como terapia de manutenção em pacientes com câncer ovariano recorrente que respondem à quimioterapia à base de platina.

Métodos
 
Dois grupos independentes foram inscritos com base nos resultados dos testes de mutação BRCA, discriminando pacientes com mutação germinativa BRCA (gBRCAmut) e pacientes sem mutação germinativa (não-gBRCAmut). Dentro de cada grupo, os pacientes foram randomizados 2: 1 para receber niraparib 300 mg ou placebo uma vez ao dia. Um terceiro grupo consistiu de pacientes com deficiências nos genes de reparo do DNA, designados de grupo de recombinação homóloga (HRD).
 
O estudo incluiu 553 pacientes, dos quais 203 tinham a mutação BRCA da linha germinativa. Dos pacientes selecionados, 60% haviam recebido 2 linhas de tratamento anterior e 40% foram tratados com mais de 2 linhas anteriores. 76% dos pacientes apresentavam doença estadiamento IIIc ou IV.
 
Resultados
 
Niraparib melhorou significativamente a sobrevida livre de progressão em comparação com o placebo em todos os subgrupos avaliados (Tabela 1). A sobrevida livre de progressão mediana com niraparib na comparação com placebo foi de 21,0 meses versus 5,5 meses no grupo com mutação BRCA da linhagem germinativa (HR 0,27, p <0,0001), de 9,3 meses versus 3,9 meses no grupo com mutação BRCA não-germinativa (HR 0,45, p <0,0001), e de 12,9 meses vs 3,8 meses em um subgrupo da coorte sem mutação, mas com deficiências nos genes de reparo do DNA (HR 0,38, p <0,0001).
 

  gBRCAmut n=203 não-gBRCAmut n=350 não-gBRCAmut HRDpos n=162  
  Niraparib n=138 Placebo n=65 Niraparib n=234 Placebo n=116 Niraparib n=106 Placebo n=56  
Mediana de SLP, meses (95% CI) 21.0 (12.9, NR) 5.5 (3.8,7.2) 9.3 (7.2, 11.2) 3.9 (3.7, 5.5) 12.9 (8.1, 15.9) 3.8 (3.5, 5.7)  
p value <0.0001 <0.0001 <0.0001  
Hazard ratio Niraparib; Placebo (95% CI) 0.27 (0.173, 0.410) 0.45 (0.338, 0.607) 0.38 (0.243, 0.586)  

NR - Not reached (Não alcançado)

Mais de 10% dos pacientes tiveram eventos adversos graus 3/4 pós-tratamento com niraparib, sendo que 28% tiveram trombocitopenia, 25% anemia e 11% neutropenia. Os eventos foram manejáveis, resolvidos com ajustes de dose, e os pacientes prosseguiram com o tratamento. Mantido o controle dos sintomas, pacientes em niraparib reportaram qualidade de vida comparável aos pacientes do grupo placebo.
 
Melhorias significativas também foram observadas em todos os endpoints secundários. Comparado com o placebo, niraparib prolongou significativamente a sobrevida livre de progressão, o tempo para o primeiro tratamento subsequente e o intervalo livre de quimioterapia nos grupos com e sem mutação BRCA e no subgrupo com deficiências nos genes de reparo do DNA.
 
Em conclusão, niraparib melhorou significativamente a SLP em todas as populações avaliadas, assim como teve impacto positivo em todos os desfechos secundários considerados no desenho do estudo, com um perfil de segurança gerenciável. 
 
"É um resultado com potencial de mudar a forma de tratar o câncer de ovário recorrente sensível à platina, independentemente do status BRCA", concluiu Mirza.

O ENGOT-OV16/NOVA foi financiado pela Tesaro.
 
Referências:
 
Abstract LBA3_PR “A randomized, double-blind phase 3 trial of maintenance therapy with niraparib vs placebo in patients with platinum-sensitive recurrent ovarian cancer (ENGOT-OV16/NOVA trial)

NEJM citation: Mirza M, Monk B, Herrstedt J, et al. Niraparib maintenance therapy in platinum-sensitive recurrent ovarian cancer. - N Engl J Med. DOI: 10.1056/NEJMoa1611310
 

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