Estudo apresentado por Reuben Harris (foto), do departamento de Bioquímica Molecular do Howard Hughes Medical Institute no San Antonio Breast Cancer Symposium 2015 sugere que a enzima APOBEC3B pode estar envolvida no mecanismo de resistência ao tamoxifeno.
Os resultados demonstraram que mulheres com tumores com altos níveis de APOBEC3B tiveram períodos mais curtos de sobrevida livre de progressão em relação àquelas com níveis mais baixos de APOBEC3B (mediana de 7,5 meses versus 13,3 meses).
"Vários estudos recentes têm associado a presença de níveis elevados da enzima APOBEC3B com resultados pobres em mulheres com câncer de mama receptor de estrogênio positivo, mas na verdade essa correlação com tamoxifeno não havia sido determinada", disse Harris. "Nosso estudo pré-clínico utilizando um modelo de xenotransplante foi capaz de demonstrar que a enzima APOBEC3B pode realmente guiar a resistência ao tamoxifeno”, afirmou o pesquisador.
"Sabemos que APOBEC3B não é necessária para a vida humana porque uma grande proporção de pessoas no sudeste asiático não possui a enzima, como resultado de uma variação genética natural", observou. Para Harris, a enzima APOBEC3B pode representar um atraente alvo terapêutico com potencial de brecar o desenvolvimento de mutações de resistência e estender substancialmente a duração da resposta ao tamoxifeno", concluiu.
Harris e colegas analisaram os níveis de APOBEC3B em amostras de tumores de 285 pacientes com câncer de mama receptor de estrogênio positivo recorrente. As amostras foram obtidas durante a cirurgia para o tumor primário e todos os pacientes foram tratados com tamoxifeno em primeira linha para a recorrência da doença (
(Abstract S4-07).
Referência: Tamoxifen resistance driven by the DNA cytosine deaminase APOBEC3B in recurrent estrogen receptor positive breast cancer