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AtualizadoQua, 15 Maio 2024 8pm

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Daichii Sankyo

 

ESMO - ECC 2015

ECC2015: Diferenças genéticas no câncer de mama recidivado

Mama_News_1_NET_OK.jpgResultados de um estudo apresentado no Congresso Europeu de Câncer 2015 (ECC2015), em Viena, no sábado, 26 de setembro, representam uma ferramenta importante para compreender porque alguns cânceres de mama primários apresentam recidiva. Pesquisadores liderados por Lucy Yates, do Instituto Wellcome Trust Sanger, em Cambridge, descobriram que os fatores genéticos que levam o câncer de mama a recidivar são diferentes daqueles encontrados nos tumores que não recidivam. A descoberta pode permitir aos médicos identificar pacientes com alto risco de recidiva e alvejar os genes responsáveis pela recorrência, a fim de evitar o retorno da doença.

Embora a maioria das pacientes com câncer de mama sejam curadas após o tratamento, cerca de uma em cada cinco experimentam recidiva, seja no mesmo local do tumor original ou em metástases para outras partes do corpo.
 
A equipe analisou dados de sequenciamento genético de mil tumores de pacientes com câncer de mama. Em 161 casos isso incluiu amostras retiradas de tumores recorrentes ou metástases. Ao comparar os genes de câncer encontrados em amostras do primeiro diagnóstico (tumores primários) com as encontradas em tumores que recidivaram, foram descobertas diferenças genéticas entre tumores primários e recorrentes, algumas adquiridas durante as fases posteriores, quando os cânceres retornaram e começaram a se espalhar.
 
Segundo os pesquisadores, essas descobertas têm implicações importantes para a medicina personalizada. Se tumores individuais podem sofrer alterações genéticas ao longo do tempo, os tratamentos que visam uma mutação genética específica, seja na clínica ou em estudos, podem ter que sofrer mudanças conforme a doença progride. Isso implica na necessidade de recolher amostras regulares de tecido do câncer, ao invés de basear o tratamento apenas em amostras colhidas no momento do primeiro diagnóstico.
 
O estudo é o maior e mais completo realizado até hoje em termos de número de amostras de tumores de mama recidivados e na investigação simultânea dos 365 genes envolvidos nas vias relacionadasà doença.
 
"Nós descobrimos que algumas das mutações genéticas que levam o câncer de mama a recidivar são relativamente incomuns entre os tipos de câncer que não recidivam no momento do diagnóstico primário. Acreditamos que essas diferenças genéticas podem predispor à recidiva da doença, combinadas com mutações adquiridas ao longo do período entre o primeiro diagnóstico e a recorrência do câncer. Algumas dessas alterações genéticas são potencialmente alvejada com drogas-alvo", afirmou Lucy Yates.
 
Em um indivíduo com câncer, uma ampla gama de alterações genéticas ou epigenéticas [1]se acumulam e podem condicionar eventos posteriores, inclusive recidivas. Por outro lado,  fatores ambientais também podem afetar a resposta aos diferentes tratamentos ou ter uma influência sobre a ocorrência de genes raros do câncer.
 
Entre estas mutações em estagios posteriores, os investigadores encontraram "provas convincentes" para a atividade de supressão do tumor de dois genes relacionados - JAK2 e STAT3 - que operam dentro da mesma via de sinalização. "Em alguns cânceres de mama, uma perturbação nesta via de sinalização parece ser vantajosa para a sobrevida", afirmou Yates. "Curiosamente, isto contrasta com o papel do JAK2 em alguns outros tipos de câncer, onde o excesso de atividade do gene dirige a magnilidade ao invés de suprimi-la", explicou
 
A sinalização JAK-STAT é conhecida por desempenhar um papel importante no desenvolvimento de células estaminais de câncer e na sobrevida de linhas celulares do câncer de mama, e evidências pré-clínicas parecem sugerir que a inibição do gene é terapeuticamente vantajosa. Estas descobertas levaram ao desenvolvimento de ensaios clínicos para câncer de mama utilizando inibidores de JAK na esperança de retardar a progressão do câncer.
 
"No entanto, nossos resultados sugerem que, em um subconjunto de tipos de câncer, inibir esta via pode ter o efeito oposto, e isso requer uma investigação mais aprofundada. Em geral, a observação ressalta a importância de compreender a natureza diversa dos cânceres de mama na era da medicina precisão", concluiu Yates.
 
O porta-voz da ESMO, Jorge Reis-Filho, do Memorial Sloan Kettering Cancer Center, em Nova Iorque, EUA, afirmou que ao destacar as diferenças entre as alterações genéticas que impulsionam recidivas e metástases em oposição ao câncer de mama primário, o estudo sublinha a importância de analisar as características genéticas de metástases ao tomar decisões de tratamento. “A medida das diferenças no repertório de mutações entre diferentes sítios metastáticos em pacientes individuais continua a ser a melhor maneira de se obter material genético derivado do tumor em pacientes com doença metastática. Nós também precisamos saber mais se um único ou múltiplos sítios metastáticos devem ser analisados neste contexto", analisou.
 
O trabalho foi financiado pelo Wellcome Trust Sangwer Institute.
 
Abstract no 1804. “The driver landscape of breast cancer metastasis and relapse”.

[1] Related to the switching on and off of genes.

 
 
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