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AtualizadoQua, 15 Maio 2024 8pm

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Daichii Sankyo

 

ESMO - ECC 2015

EURECCA: Tratamento de idosos com câncer de mama varia entre os países da Europa

Idosa_Cervical_OK.jpgOs primeiros resultados da maior comparação internacional do tratamento de pacientes idosos com câncer de mama mostraram que existem diferenças substanciais no uso da cirurgia, terapia hormonal e quimioterapia entre os países europeus. 

O estudo European Registration of Cancer Care (EURECCA) [1] comparou os padrões de pacientes com 70 anos ou mais na Bélgica, Irlanda, Holanda, Portugal, Polônia, Espanha e Reino Unido, que foram diagnosticadas com câncer de mama não-metastático (estadios I, II ou III) entre 2000 e 2014. O estudo também comparou o número de pacientes vivos cinco anos após o diagnóstico.

Marloes Derks, doutorando no Departamento de Cirurgia da Leiden University Medical Center, em Leiden, Holanda, apresentou os dados do EURECCA no Congresso Europeu de Câncer 2015 (ECC2015), domingo, 27 de setembro. Os resultados serão utilizados para encontrar abordagens de tratamento associadas com melhores resultados em pacientes idosos com câncer de mama. "Nossos resultados irão contribuir para a melhoria das diretrizes de tratamento nesses pacientes, levando a uma abordagem mais personalizada", afirmou Derks.


Na Europa, 40% dos novos casos ocorrem em pacientes com 65 anos ou mais. Com o aumento da expectativa de vida e o envelhecimento da população, espera-se que esta porcentagem aumente. No entanto, os pacientes incluídos nos ensaios clínicos são mais jovens e aptos que os pacientes idosos com câncer de mama. Isso dificulta a comparação, pois muitas vezes os idosos sofrem de outras doenças,  além de apresentar maior risco de complicações após a cirurgia e maior frequência de eventos adversos associados com a terapia hormonal e quimioterapia. Consequentemente, os resultados dos estudos em pacientes mais jovens não podem ser diretamente traduzidos para a população idosa.
 
"São necessários mais estudos observacionais baseados em dados de grandes registros nacionais de pacientes idosos para melhorar as abordagens de tratamento e os resultados nesse grupo. Para melhorar a qualidade dos registos nacionais a Europa deve incentivar a colaboração e o compartilhamento desses dados. Além disso, devido ao aumento do número de pacientes idosos com câncer de mama, há uma necessidade urgente de realizar ensaios clínicos específicos para esse grupo", concluiu.
 
A pesquisa apresentada no ECC/ESMO 2015  mostra que o uso da cirurgia, terapia hormonal ou quimioterapia varia substancialmente entre os países europeus, dependendo do estadio do câncer de mama em pacientes idosos. 

Métodos e resultados 

50.805 pacientes foram incluídos entre 2000 e 2010; 39,679 da Holanda, 3.931 da Irlanda, 4,868 da Bélgica e 2.327 pacientes da Espanha. Independente do estadio, a proporção de pacientes que não se submetem à cirurgia foi a maior na Espanha (18,4%) em comparação com outros países (Bélgica 8,9%, Irlanda 10,6%, Holanda 6,4%; p <0,001). As diferenças na proporção de radioterapia entre Holanda, Irlanda e Bélgica foram pequenas (fase I - 92,3% vs 82,9% vs 87,5%, p <0,001; fase II 88,8% vs 80,9% vs 84,7%, p <0,001; fase III 85,1% vs 82,1% vs 77,7%, p <0,001). Nesta análise preliminar, os dados sobre a terapia sistêmica só estavam disponíveis para Holanda e Irlanda. A proporção de pacientes com câncer de mama receptor hormonal positivo recebendo terapia endócrina no estadio I na Holanda foi menor em comparação com a Irlanda (35,2% vs 69,5%, p <0,001). No entanto, nos estadios II e III a hormonioterapia foi mais frequentemente prescrita na Holanda em comparação com a Irlanda (84,5% vs 71,6% p <0,001 e 91,0% vs 72,3%, p <0,001, respectivamente). A proporção de pacientes que recebem quimioterapia adjuvante foi mais elevada nos estadios II e III na Irlanda em comparação com a Holanda (fase I - 0,4% vs 6.6%, p <0,001; fase II - 1,9% vs 18,1%, p <0,001; fase III 9,3% vs 25,7%, p <0,001).
 
Os resultados iniciais mostram que existem grandes diferenças de tratamento entre os diferentes países europeus, devido à falta de evidências para o tratamento de pacientes mais velhos com câncer de mama. “Com este estudo, esperamos aumentar a conscientização sobre este grupo específico de pacientes. A expectativa é que ele leve a uma investigação maior que permita desenvolver diretrizes de tratamento baseadas em evidências para esse grupo de pacientes", disseDerks.
 
Os pesquisadores estão calculando o número de pacientes vivos cinco anos após o diagnóstico de câncer de mama. Os resultados iniciais da análise de sobrevida relativa, com dados da Bélgica, Irlanda e Holanda, têm demonstrado que pacientes idosos com diagnóstico de fases II e III do câncer de mama na Irlanda e Bélgica têm uma melhor sobrevida relativa em comparação com a Holanda. “Seremos capazes de comparar os tratamentos para os diferentes estadios da doença e identificar abordagens que estão ligadas a melhores resultados", afirmou Derks.
 
Peter Naredi, co-presidente científico do Congresso, valorizou o esforço de grupos colaborativos e de resultados que permitem uma perspectiva nacional, para diferentes tipos de tumores.“São dados absolutamente necessários se quisermos diminuir as desigualdades no tratamento do câncer em toda a Europa", ressaltou.
 
Abstract no: 1808. “Treatment patterns for older patients with non-metastatic breast cancer in four European countries – preliminary data from a EURECCA international comparison”. Breast cancer - early disease proffered paper session, 09.15-11.15hrs (CEST), Sunday 27 September, Hall D1 (presenting at 9.30 hrs).
 
[1] The European Registration of Cancer Care (EURECCA) study is mainly funded by the European Society of Surgical Oncology (ESSO).
 

 
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