Principal evento do ano com foco em câncer geniturinário, o 2015 Genitourinary Cancers Symposium (ASCO GU) é uma oportunidade de atualização sobre as mais recentes estratégias de prevenção, rastreamento, diagnóstico e tratamento, com foco nos tumores de próstata, bexiga, testículos e rim. Importantes especialistas brasileiros participam do evento e irão repercutir com exclusividade para o Onconews as principais novidades apresentadas.
O simpósio, que acontece no Rosen Shingle Creek, em Orlando, Flórida, entre os dias 26 e 28 de fevereiro, tem a chancela de consagradas sociedades médicas dos Estados Unidos, entre elas a Sociedade Americana de Oncologia Clínica (ASCO).
A Sociedade destacou cinco estudos entre os mais de 600 abstracts que serão apresentados nesta reunião anual. Entre os highlights divulgados estão os resultados do ensaio clínico de fase III liderado por Naomi B. Haas, do Abramson Cancer Center da Universidade da Pensilvânia, que explorou a utilização de sorafenibe ou sunitinibe adjuvante para câncer renal avançado (resumo 403). O estudo não alcançou os principais endpoints e a análise final mostra que sorafenibe ou sunitinibe não melhoram a evolução no câncer renal localmente avançado no cenário adjuvante. O prazo médio de recorrência da doença foi semelhante entre os que receberam as drogas após a cirurgia (5,6 anos) e aqueles tratados com placebo (5,7 anos).
Outro destaque desta ASCO GU é o aguardado estudo liderado por Andrew Loblaw, radioterapeuta oncologista do Sunnybrook Health Sciences Centre, em Toronto, Canadá, com resultados de longo prazo da vigilância ativa em pacientes com câncer de próstata de risco baixo ou intermediário (resumo 163). Diante da controvérsia sobre o rastreamento, também são esperados com expectativa os dados da análise liderada por Timothy E. Schultheiss, da City of Hope, em Duarte, Califórnia, sobre o impacto das recomendações feitas em 2011 pelo US Preventive Services Task Force sobre o rastreamento do PSA no diagnóstico de câncer de próstata (resumo 143). Segundo a análise retrospectiva, a proporção de homens diagnosticados com doença de risco intermediário e alto aumentou em cerca de 6% nesse período.
A pesquisa liderada por Emmanuel Antonarakis, do Johns Hopkins, que surpreendeu em 2014, volta a ocupar os holofotes da ASCO GU este ano com a análise da variante slice AR-V7 e seu potencial papel como marcador de resposta à terapia com taxanos em câncer de próstata metastático resistente à castração (resumo 138).
Outro trabalho apontado como um dos destaques do 2015 Genitourinary Cancers Symposium é liderado por Mohummad Minhaj Siddiqui, do Marlene and Stewart Greenebaum Cancer Center, em Baltimore. Siddiqui apresenta os dados finais do estudo caso-controle com cerca de 180 mil homens e sugere que a incidência de câncer de próstata é maior entre aqueles com um histórico de câncer de testículo (12,3%) do que entre homens sem histórico da doença (2,7%) (resumo 177).