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AtualizadoQua, 15 Maio 2024 8pm

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ASCO GI 2015

Preservação de órgão no câncer retal

Rui_Weschenfelder_NET_OK.jpgEvitar a cirurgia tem o potencial de melhorar significativamente a qualidade de vida dos pacientes com câncer retal, evitando, por exemplo, uma colostomia. Estudo retrospectivo apresentado no Simpósio de Câncer Gastrointestinal 2015 da ASCO em São Francisco, nos Estados Unidos, mostrou que a observação pode ser uma estratégia tão efetiva quanto a cirurgia imediata. 

Pacientes tratados com quimiorradioterapia e quimioterapia sistêmica tiveram os mesmos resultados de sobrevida em quatro anos quando comparados com o grupo tratado com cirurgia imediata. No entanto, maior tempo de acompanhamento é necessário para confirmar se essa abordagem pode ter impacto na recorrência da doença.

O tratamento não-cirúrgico após uma resposta clínica completa à terapia neoadjuvante não é uma abordagem padrão, o que reforça a importância da avaliação de segurança e eficácia deste estudo. Segundo os autores, esta é uma das maiores experiências do gênero e teve como base pesquisas realizadas no Brasil e na Holanda sobre o manejo não cirúrgico do câncer do reto.

“O estudo reforçou os dados da professora titular de cirurgia da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), Angelita Habr-Gama, que mostrou que um subgrupo de pacientes com câncer de reto que obtém resposta completa após neoadjuvância com quimiorradioterapia pode se beneficiar de não realizar a cirurgia para ressecção do reto”, comentou o oncologista Rui Fernando Weschenfelder (foto), do Centro de Oncologia do Hospital Moinhos de Vento, de Porto Alegre, e membro do Grupo Brasileiro de Tumores Gastrointestinais (GTG). O especialista observou, no entanto, que ainda não há estudo definitivo que permita estabelecer esta conduta como padrão.
 
Métodos e resultados
 
Uma revisão retrospectiva de dados clínicos do Memorial Sloan Kettering Cancer Center considerou 145 pacientes com câncer colorretal estadio I-III, tratados entre 2006 e 2014, e indica resultados equivalentes quando compara as taxas de sobrevida em quatro anos entre os pacientes tratados com cirurgia (95%) e aqueles que receberam quimiorradioterapia e quimioterapia sistêmica (91%). Assim, a análise retrospectiva sugere que a estratégia de vigilância ativa no modelo ‘observar e esperar’ (watch and wait) pode ser tão efetiva quanto a cirurgia, com a vantagem de preservar os pacientes dos indesejáveis efeitos adversos associados à colostomia.

Os autores reconhecem que novas análises precisam corroborar os achados iniciais, mas as conclusões do estudo ampliam o corpo de evidências em favor do acompanhamento clínico, sem os riscos e complicações da cirurgia retal. (Resumo 509).
 
Referências:
Organ preservation in patients with rectal cancer with clinical complete response after neoadjuvant therapy.

http://abstracts.asco.org/158/AbstView_158_140433.html

 
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