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AtualizadoQua, 15 Maio 2024 8pm

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3º Simpósio Oncoclínicas

Imunoterapia: a próxima fronteira

Eldsamira_OK.jpgO câncer de pulmão representa a principal causa de morte por neoplasias nos países desenvolvidos. No Brasil é a primeira causa de morte por câncer em homens e a segunda entre as mulheres. Dados do INCA estimam 28.220 novos casos em 2016, sendo 17.330 homens e 10.890 mulheres.   

Por Eldsamira Mascarenhas (foto), oncologista do Núcleo de Oncologia da Bahia (NOB)

Estudos recentes revelaram que tumores de pulmão também apresentam mecanismos para burlar o sistema imune no processo de crescimento tumoral. O reconhecimento de que também as neoplasias de pulmão atuam na resposta imune levou à aprovação do anti PD-1 nivolumabe em diversos países, inaugurando uma nova fronteira no tratamento da doença.

O estudo CHECKMATE 017, de Fase III, comparou nivolumabe com docetaxel em pacientes com doença metastática que progrediram ao tratamento de primeira linha e embasou a aprovação do anti PD-1 pelo FDA. Foram randomizados 272 pacientes para receber nivolumabe na dose de 3mg/kg a cada 2 semanas ou docetaxel, na dose de 75mg/m2 a cada 3 semanas.

Houve benefício demonstrado em favor do nivolumabe. A mediana de sobrevida global foi de 9,2 meses para o grupo tratado com o anticorpo, versus 6 meses para o grupo que recebeu quimioterapia (p<0,001). As taxas de sobrevida em 1 ano também favoreceram a imunoterapia, com 42% e 24%, respectivamente, assim como as taxas de resposta, de 20% e 9% (p<0,008). A mediana de sobrevida livre de progressão foi de 3,5 meses para pacientes tratados com nivolumabe e de 2,8 meses para aqueles que receberam docetaxel (p< 0,001).

O anti PD-1 pembrolizumabe foi outro agente testado em CPNPC, no estudo de fase I KEYNOTE 001. Foi demonstrado que o pe,brolizumabe teve uma taxa de resposta global de quase 20% entre os 495 pacientes com câncer de pulmão. A taxa de resposta foi superior nos que tinham alta expressão de PDL1, 45,2%. A duração mediana da resposta excedeu 1 ano em todos os respondedores (independente da expressão de PDL1), alcançando sobrevida global mediana de 12 meses para todos os pacientes, e de 16,2 meses para os pacientes não previamente tratados. 

Em pacientes com câncer de pulmão não escamoso, o anti PD-1 também demonstrou atividade, como concluiu o estudo CHECKMATE 057, em uma avaliação com mais de 500 pacientes. O estudo alcançou seu objetivo primário e demonstrou ganho de sobrevida global. A média de sobrevida global foi de 12,2 meses no grupo que foi submetido à imunoterapia. 

O anti CTLA-4 ipilimumabe foi outro agente investigado e apresentou resultados encorajadores em estudo de Fase II em câncer de pulmão não escamoso. Agora, ipilimumabe está sendo avaliado em estudo de Fase III como primeira linha, associado ao esquema de carboplatina e paclitaxel. Todos os desfechos analisados têm demonstrado respostas duradouras, dificilmente alcançadas com quimioterápicos citotóxicos, além de ter uma toxicidade menor quando comparada ao tratamento tradicional.

Uma nova era se inicia na oncologia. Alguns desafios permanecem, sendo o principal deles o caesso aos novos tratamentos. 

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