Fatores como idade, etnia e história familiar têm que ser considerados na gestão de risco do câncer de próstata, ao lado da classificação do score de Gleason, PSA total, PSA intacto e PSA livre. “Existem hoje algumas tentativas de selecionar pacientes por risco e esses são certamente fatores importantes para a avaliação de risco da doença agressiva e precisam ser considerados”, disse o urologista Lucas Mendes Nogueira, um dos conferencistas do painel geniturinário do 3º Simpósio Internacional do Grupo Oncoclínicas.
Nogueira, atual coordenador do Grupo de Uro-Oncologia do Hospital das Clínicas da UFMG e do Departamento de Uro-Oncologia da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), lembrou as recomendações do USPSTF de individualizar o screening. “Essa é uma decisão conjunta, de médico e paciente, em um diálogo que considera riscos e benefícios”, destacou.
Gustavo Guimarães, chefe do grupo de urologia do AC Camargo Cancer Center, falou com preocupação da evolução do câncer de próstata no Brasil. “Os dados globais de incidência, prevalência e mortalidade por câncer de próstata mostram que os números não são desprezíveis. Ao contrário, são números que nos convidam a uma reflexão, principalmente diante da realidade brasileira”, argumentou Guimarães.
O especialista mostrou em números um cenário já conhecido: o homem brasileiro não realiza exames periódicos de prevenção e as taxas de busca espontânea pelo screening do câncer de próstata são bem aquém da média mundial, abaixo inclusive dos números da América Latina. Em curva ascendente, o câncer de próstata continua como o segundo câncer mais presente entre os homens brasileiros. Estimativas do INCA sinalizam 68 mil novos casos de câncer de próstata no Brasil em 2016.