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AtualizadoQua, 15 Maio 2024 8pm

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3º Simpósio Oncoclínicas

Terapia sistêmica no melanoma BRAF mutado

luiz_coutinho_quad_bx.jpgCom a evolução da pesquisa e desenvolvimento, o arsenal para o tratamento do melanoma ganhou o reforço de drogas-alvo, especialmente aquelas que inibem a via BRAF, gene que aparece mutado em até 50% dos pacientes com melanoma metastático, principalmente em áreas sem exposição solar. “Estamos começando a entender o processo intracelular de proliferação e a partir dessa compreensão crescente da biologia do melanoma começamos a atuar com drogas-alvo capazes de brecar o crescimento do tumor”, esclarece Luiz Flavio Coutinho (foto), chairman do módulo de melanoma do 3º Simpósio Internacional do Grupo Oncoclínicas.

Estudo pivotal publicado no New England por Keith Flaherty e colegas em 2010 mostrou o papel do vemurafenibe no tratamento do melanoma BRAF com mutação V600E. Em junho de 2011, dados positivos do estudo de fase III BRIM 3 confirmaram os benefícios da terapia alvo-molecular no melanoma. “Os resultados são impressionantes. Praticamente todos os pacientes (89%) tiveram algum grau de resposta, com vantagens em relação à terapia com dacarbazina, comprovando ganhos significativos de sobrevida global. As curvas são impressionantes”, acrescentou Coutinho.
 
Apesar da alta taxa de resposta, o perfil de toxicidade da terapia com inibidores de BRAF requer atenção. O vemurafenibe apresenta como efeitos adversos manifestações cutâneas variadas, desde queratose de extremidades até o surgimento de neoplasias cutâneas.
 
Outra preocupação diz respeito à duração de resposta, já que vencer o mecanismo de resistência aos inibidores de tirosina-quinase anti-EGFR ainda permanece como um desafio. Nesse cenário, a inibição da via MEK aparece como alternativa e projeta agentes como trametinibe e dabrafenibe como importantes opções terapêuticas. “A partir daí vieram o que se convencionou chamar de ‘combos’, que associam um inibidor BRAF a um inibidor de MEK. Pela primeira vez, um esquema de combinação é menos tóxico que uma droga isoladamente”, esclareceu.
 
Finalmente, o especialista lembra que vivemos um novo paradigma e estamos diante de diferentes alternativas terapêuticas, com drogas capazes de oferecer altas taxas de resposta e vislumbrar uma nova realidade no tratamento do melanoma metastático.

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