Pesquisadores de todo o mundo estão reunidos em San Antonio para discutir os principais avanços no tratamento do câncer de mama. Em sua 37ª edição, o San Antonio Breast Cancer Symposium tem mais de 7.500 participantes, de 90 países.
Na programação científica em câncer de mama HER2-positivo, os destaques são os estudos que observam o efeito de linfócitos infiltrantes do tumor (TILs, da sigla em inglês de Tumor-infiltrating lymphocites), avaliados em biópsias de pacientes que foram inscritos nos ensaios adjuvantes para quimioterapia e trastuzumabe. Os estudos mostram se há uma correlação direta entre TILs e a resposta terapêutica à ação do trastuzumabe.
Para mulheres com receptor de estrogênio positivo (ER+) o SABCS traz os resultados do ensaio de fase II com o inibidor de PI3K pictilisibe. O estudo Fergi mostra a comparação entre fulvestrano e pictilisibe versus fulvestrano sozinho em pacientes com câncer de mama ER-positivo metastático que tenham progredido ao uso de inibidores de aromatase.
A imunoterapia tem tido resultados excepcionais em outros tumores, mas no câncer de mama sua eficácia ainda não é estabelecida. Em San Antonio, Rita Nanda, da Universidade de Chicago, mostra os primeiros resultados dos anticorpos PD-L1 em câncer de mama triplo-negativo, com a apresentação de um ensaio clínico de fase I de pembrolizumabe.
Um dos trials mais aguardados é a atualização do estudo SOFT (Suppression of Ovarian Function Trial), que foi apresentado na ASCO este ano por Olívia Pagani. O estudo investiga a supressão ovariana com inibidores de aromatase mais tamoxifeno contra o tamoxifeno sozinho para as mulheres pré-menopausadas com câncer de mama em estadio inicial com receptor hormonal positivo. A apresentação está programada para quinta-feira, 11/12.
O grupo de pesquisa SWOG apresenta no San Antonio Breast Cancer Symposium os resultados do estudo randomizado de fase III que avalia o uso de fulvestrano isoladamente, versus o uso combinado com everolimus e anastrozol no tratamento do câncer de mama avançado (estadio IV) em pacientes na pós-menopausa com receptor hormonal positivo.
Outro destaque da programação científica do 37º SABCS é a apresentação dos resultados do estudo PEARL, de fase III, que investiga o uso de palbociclibe em combinação com exemestano versus capecitabina no tratamento de pacientes com câncer de mama receptor hormonal positivo (RH+)/HER2 negativo resistentes aos inibidores de aromatase não estereoidais.
A série de estudos randomizados de fase III Olympia, Neo-Olympia e OlympiAD apresenta no SABCS os dados do uso de olaparibe em pacientes com câncer de mama metastático e mutação BRCA1/2 mutation (gBRCAm).
Outro aguardado estudo da programação científica deste ano é o LORELEI, de fase II, que compara o uso de letrozole mais taselisib (GDC-0032) versus letrozole mais placebo em mulheres na pós- menopausa com câncer de mama receptor de estrogênio positivo e HER2 negativo.
