21112024Qui
AtualizadoQua, 15 Maio 2024 8pm

PUBLICIDADE
Daichii Sankyo

 

HEMO 2014

Mieloma múltiplo: o que há de novo?

Durante a Hemo 2014, grandes especialistas brasileiros falaram sobre o tratamento atual e as perspectivas do mieloma múltiplo (MM), patologia que se caracteriza pela proliferação excessiva de plasmócitos malignos na medula óssea, o que compromete não apenas a própria medula, mas também afeta ossos e o funcionamento dos rins. 

Hoje, a expressão gênica permite identificar perfis moleculares, assim como modernos meios de imunofenotipagem são usados para refinar as estratégias de tratamento. A abordagem do MM também se beneficiou de novos métodos de imagem, como o PET scan, capaz de detectar lesões ósseas antes da ocorrência de fraturas.

Diante de tantas inovações, a sobrevida de pacientes com MM continua a melhorar. Entre as mudanças, a oncohematologista Vânia Hungria chamou a atenção para a importância do tratamento do paciente assintomático de alto risco, depois que as pesquisas do grupo espanhol demonstraram que o tratamento precoce foi capaz de retardar a progressão da doença.O estudo teve a participação de María Victoria Mateos e Jesus San Miguel, do Serviço de Hematologia do Hospital Universitário de Salamanca, e avaliou pacientes idosos, recém diagnosticados.

Em uma era de tratamentos tóxicos, como o esquema MP (melfalano e predinisona), a intervenção precoce não era padrão em pacientes assintomáticos, uma vez que o objetivo era atingir a resposta parcial. No entanto, a chegada de um novo arsenal reconfigurou a abordagem de mieloma múltiplo nesse perfil de pacientes e o grande objetivo passou a ser a resposta completa.

Entre os novos agentes estão os inibidores de proteassoma, como bortezomibe, consagrado pelo estudo VISTA, e, mais recentemente, carfilzomibe (Kyprolis®), a segunda geração de inibidores de proteassoma.

O carfilzomibe, da Amgen, recebeu aprovação do FDA em 2012, com base no estudo de braço único que envolveu 266 pacientes com mieloma múltiplo recorrente, previamente tratados com pelo menos duas linhas, incluindo bortezomibe e imunomodulatores (talidomida ou lenalidomida).

A taxa de resposta objetiva, definida como principal desfecho da investigação, foi de 22,9%, com mediana da duração de resposta de 7,8 meses.

O estudo ASPIRE foi outro a comparar o uso de carfilzomibe na combinação com revlimid e dexametasona versus revlimid e dexametasona e alcançou o desfecho primário de sobrevida livre de progressão, com mediana de 26,3 meses versus 17,6 meses (p <0,001).

Uma das maiores autoridades mundiais no tratamento da doença, Andrzej Jakubowiak, da Universidade de Chicago, participa de outro estudo que avalia a combinação de carfilzomibe, lenalidomida e dexametasona e apresentou na Hemo 2014 os resultados preliminares da investigação, também bastante encorajadores.

Ao lado da segunda geração de inibidores de proteassoma, o tratamento do mieloma múltiplo  vive avanços com novos imunomoduladores. Depois da lenalidomida, que mostrou resultados em pacientes refratários aos regimes com talidomida, agentes como a pomalidomida mostram papel importante na gestão da doença.

Outra novidade incorporada ao armamentário do MM é a bendamustina, um agente com duas funcionalidades, que reúne ao mesmo tempo as propriedades de um alquilante e de um análogo de purina, com vantagens na combinação com dexametasona em relação ao esquema MP (32% versus 13%, p=.007) com benefícios também no tempo até a progressão (14 meses para o braço da bendamustina em comparação com 10 meses no grupo MP).

“A escolha do melhor agente deve ser individualizada, levando em conta o planejamento terapêutico e, principalmente, o perfil de toxicidade adequado a cada paciente”, recomenda Vânia Hungria, uma das maiores autoridades brasileiras no assunto, que apresentou no Hemo 2014 diversos paines de atualização em mieloma múltiplo.

 
Publicidade
ABBVIE
Publicidade
ASTRAZENECA
Publicidade
SANOFI
Publicidade
ASTELLAS
Publicidade
NOVARTIS
banner_assine_300x75.jpg
Publicidade
300x250 ad onconews200519