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AtualizadoQua, 15 Maio 2024 8pm

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Franco-Brasileiro 2014

Simpósio satélite destaca abiraterona no câncer de próstata

Maluf_Franco.jpgO cenário do câncer de próstata metastático resistente a castração mantém uma disputa acirrada. A Janssen Cilag, fabricante do Zytiga, mostrou no franco-brasileiro os benefícios do acetato de abiraterona, um inibidor da biossíntese androgênica que comprovou ganho na sobrevida global. O oncologista clínico Fernando Cotait Maluf (foto) participou da apresentação e lembrou que as primeiras evidências vieram do estudo que randomizou 1.195 pacientes previamente tratados com docetaxel para receber 5 mg de prednisona duas vezes por dia com 1000 mg de acetato de abiraterona (797 pacientes) ou placebo (398 pacientes).

O desfecho primário foi a sobrevida global. Os desfechos secundários incluíram o tempo para a elevação do antígeno prostático específico (PSA, da sigla em inglês) e a sobrevida livre de progressão (SLP), de acordo com achados radiológicos.
A pesquisa apostou na possibilidade de atacar uma nova barreira, neste caso inibir a enzima CYP17, que participa dos mecanismos de produção do hormônio masculino. Deu certo. Depois de um acompanhamento médio de 12,8 meses, a sobrevida global foi maior no grupo tratado com acetato de abiraterona-prednisona em relação ao braço placebo-prednisona (14,8 meses versus 10,9 meses; HR: 0,65, intervalo de confiança de 95%, 0,54-,77; p <0,001). Todos os desfechos secundários foram alcançados, incluindo o tempo de progressão do PSA (10,2 vs 6,6 meses, p <0,001), SLP (5,6 meses versus 3,6 meses; P <0,001), e taxa de resposta de PSA (29% contra 6%, p <0,001) em favor da abiraterona-prednisona.
Diante de resultados tão consistentes, o FDA liberou o novo agente, o Zytiga, também disponível para o paciente brasileiro.
Os bons resultados da abiraterona foram confirmados durante a ESMO 2014, que apresentou aanálise final do estudo de fase III COU-AA-302. A conclusão do estudo mostra que depois de mais de quatro anos de seguimento (49,4 meses), o acetato de abiraterona prolongou significativamente a sobrevida global (SG), com mediana de 34.7 meses versus 30.3 meses; HR = 0.80 [95% CI, 0.69-0.93]; p = 0.0027).
Os pacientes com câncer de próstata metastático resistente à castração (CPRCm) sem tratamento prévio com quimioterapia tiveram benefícios importantes com o uso de acetato de abiraterona em associação com prednisona.
“O acetato de abiraterona se tornou parte do arsenal de tratamento utilizado para o câncer de próstata metastático resistente a castração”, disse Maluf.  “A atualização do estudo na ESMO mostrou que a enzalutamida promove uma redução do risco de morte da ordem de 19%, estatisticamente significativo, favorecendo a abiraterona frente ao placebo na doença castração resistente pré-quimioterapia, além de corroborar, por exemplo, os ganhos de sobrevida livre de progressão radiológica, retardo no tempo para o inicio da quimioterapia e para deterioração no performace status”, concluiu.

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