O uso da braquiterapia permanente, um processo em que fontes radioativas são colocadas no interior da próstata, junto ao tumor, preserva a função erétil em cerca de 50% dos pacientes com câncer de próstata. É o que mostram os resultados da pesquisa do austríaco Renée Oismüller apresentada no 33º encontro promovido pela sociedade europeia de radioterapia (ESTRO), realizado em Viena, Áustria, no início de abril.
Renée Oismüller, do SMZ -Ost Donauspital,em Viena, analisou a função erétil em 529 pacientes com câncer de próstata com idades entre 45 e 84 anos, que havia recebido implante de braquiterapia entre julho de 1999 e outubro de 2013. Os homens completaram questionários validados sobre sua potência sexual antes do tratamento, um mês após o tratamento, trimestralmente para os dois primeiros anos, a cada seis meses até cinco anos, e uma vez por ano apenas após cinco anos de tratamento. Os resultados mostraram que 46,3 % dos homens tinham a potência preservada dois anos após o tratamento, e em cinco anos, a taxa foi de 51,4 %.
"Em nossa experiência, a braquiterapia usada isoladamente é tão eficaz quanto outras terapias estabelecidas para o câncer de próstata de baixo risco e risco intermediário. Além de permitir a preservação da função erétil, em metade dos homens estudados a braquiterapia tem a vantagem de envolver curto período de hospitalização, de um a dois dias, enquanto a remoção cirúrgica de toda a glândula da próstata geralmente, envolve uma média de quatro a cinco dias de internação.
Para o presidente da ESTRO, o italiano Vincenzo Valentini, "a radioterapia moderna é cada vez mais capaz de fornecer tratamentos que preservam a função do órgão . Este estudo fornece à comunidade médica uma opção valiosa e espero que incentive mais centros europeus a incluir a braquiterapia entre suas opções de tratamento para os pacientes com câncer de próstata". (ESTRO, Abstract 0073).