O inibidor de aromatase exemestano é mais efetivo que o tamoxifeno na prevenção de recorrência do câncer de mama em mulheres jovens submetidas ao tratamento adjuvante de supressão da atividade ovariana.
Essa é a principal conclusão dos estudos conduzidos pelo International Breast Cancer Study Group (IBSCG), que apresentou na ASCO, em sessão plenária, os resultados dos ensaios TEXT (Tamoxifen and Exemestano Trial) e SOFT (Suppression of Ovarian Function Trial).
O tratamento com exemestano associado à supressão da atividade ovariana reduziu em 28% o risco de tumores invasivos e em 34% o risco de recorrência do câncer de mama na comparação com o regime de tamoxifeno e supressão ovariana. No seguimento de cinco anos, 92,8% das mulheres permaneciam livres de recorrência no braço tratado com exemestano, versus 88,8% no braço tratado com tamoxifeno.
Os estudos TEXT e SOFT são ensaios randomizados de fase III, conduzidos respectivamente com 2.672 e 3.066 mulheres na pré-menopausa com câncer de mama com receptor hormonal positivo. A investigação foi realizada no período de novembro de 2003 a abril de 2011, com a participação de mais de 500 instituições, em 27 países
Os resultados foram apresentados na ASCO por Olivia Pagani, diretora do Instituto de Oncologia do Sul da Suiça. Ainda que o estudo traga dados encorajadores em favor da terapia com exemestano, é preciso considerar que a heterogeneidade das pacientes e o longo período de seguimento sugerem um olhar cauteloso, assim como o papel da obesidade nos resultados apresentados. A expectativa é de que a conferência de San Antonio possa ampliar a compreensão sobre esses achados.